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Brasil

Um risco para os artesãos

Respirar pode ser perigoso para quem tem de polir, cortar e lapidar pedras contendo sílica, como são conhecidos os compostos de dióxido de silício (SiO2 ). Em Petrópolis, Rio de Janeiro, 53,7% dos artesãos locais, que produzem peças principalmente para exportação, tomaram consciência disso ao adquirir silicose, doença sem cura caracterizada pela formação de fibras nos pulmões. Seus sintomas, que aparecem nas fases mais avançadas da doença, são tosse e falta de ar. Também está associada à maior ocorrência de tuberculose.

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, examinaram 42 escultores de pedra das 11 oficinas de artesanato da cidade, das quais 91% ultrapassaram os limites permitidos de concentração de poeira. “A prevalência é uma das mais altas já publicadas na literatura médica no Brasil”, diz Vinicius Antão, um dos autores da pesquisa, detalhada no American Journal of Industrial Medicine. As causas desse problema seriam a pouca ventilação nas oficinas, a inalação de sílica após o corte de minerais e o não uso de equipamentos de proteção.

“Como não existe tratamento para a silicose, a prevenção é fundamental”, diz. Na época do estudo, entre janeiro de 2000 e junho de 2002, os pesquisadores da Uerj e do Incor aplicaram um programa educacional e 75% dos trabalhadores passaram a utilizar equipamento de proteção respiratória.

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