Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, dos Estados Unidos, e do Instituto Aggeu Magalhães, de Recife, encontraram uma explicação para um fenômeno intrigante: pessoas de ascendência africana tendem a ter casos mais leves de dengue e as de ascendência europeia a forma mais grave. Em amostras de pele doadas por indivíduos autoidentificados como descendentes de europeus ou africanos que haviam passado por cirurgias de redução de peso, os cientistas injetaram o vírus da dengue e observaram as respostas imunológicas. A reação foi muito maior na pele de pessoas com ascendência europeia: o vírus infecta células inflamatórias e as faz disseminar a infecção pelo corpo, em vez de combatê-la. Nas amostras de pessoas com maiores proporções de ascendência africana (confirmada geneticamente), a resposta inflamatória e a replicação viral foram menores, indicando uma adaptação de populações antigas expostas a vírus letais transmitidos por mosquitos. O efeito foi revertido com a adição de moléculas inflamatórias chamadas citocinas (PNAS, 30 de junho).
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