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Tecnociência

Uma tarefa extra do nariz

Formigas – os insetos em geral – e outros animais liberam sinais químicos, os chamados feromônios, para se comunicar ou para informar uns aos outros de sua disposição para uma aventura reprodutiva. Sabe-se também que esses sinais são decodificados por um sistema sensorial especializado – denominado órgão vomeronasal (ou VMO, na sigla em inglês) – que ativa no receptor determinados comportamentos (NewScientist , 10 novembro).

O que não se conseguiu ainda é identificar o VMO humano, embora não haja dúvidas de que ele exista. Se não, como explicar, por exemplo, que o suor de uma mulher durante a ovulação possa alterar a duração do ciclo menstrual de outra? Em um estudo recente, uma equipe do neurologista Larry Katz, da Universidade Duke, nos Estados Unidos, constatou que os feromônios podem ativar o principal sistema olfativo dos camundongos.

Os pesquisadores descobriram no bulbo olfativo desses animais neurônios que respondem a um feromônio encontrado na urina dos machos. É a primeira prova de que um sistema olfativo pode captar essas dicas químicas, e quem sabe um indício de que, também no homem, os feromônios poderiam ser transmitidos pelo mesmo sistema que lhe traz os cheiros. “Só que, geralmente, não usamos a urina como símbolo social”, assegura Katz, que agora investiga até que ponto a descoberta se aplica à espécie humana.

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