A Universidade de Daca, em Bangladesh, está cobrando 1,1 milhão de tacas, o equivalente a R$ 58 mil, de sua ex-professora de jornalismo Samia Rachan, referentes a salário e subsídios que ela recebeu irregularmente durante um período de licença em que esteve no exterior. De acordo com a pesquisadora, a cobrança é abusiva e seria uma retaliação da universidade. “As autoridades da universidade querem se vingar porque perderam uma batalha na Justiça contra mim”, disse ela ao jornal on-line bdnews24.com.
A disputa envolve um caso de plágio. Em dezembro de 2016, Rachan e um outro professor da universidade, Syed Mahfujul Haque Marjan, publicaram um artigo sobre imperialismo cultural em uma revista de ciências sociais. O trabalho continha trechos copiados de um artigo do filósofo francês Michel Foucault publicado em 1982 da revista Critical Inquiry, da Universidade de Chicago, e do livro Cultura e imperialismo, do professor e crítico literário palestino-americano Edward Said (1935-2003), editado em 1993.
Comprovada a má conduta, a universidade puniu Rachan rebaixando-a em 2021 de professora associada a professora assistente. Ela recorreu à Suprema Corte do país contra a decisão, ao mesmo tempo que pediu aposentadoria antecipada, concedida recentemente. No início de agosto, o tribunal declarou ilegal o rebaixamento e determinou que a universidade pagasse a Rachan a diferença salarial de 2021 em diante. Quase simultaneamente, a pesquisadora recebeu a cobrança do 1,1 milhão de tacas.
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