Imprimir Republicar

BOAS PRÁTICAS

Universidades norte-americanas investem em medidas para identificar indivíduos com histórico de má conduta sexual durante a contratação

Universidades dos EUA rastreiam histórico de má conduta sexual antes de contratar

Instituições de ensino e pesquisa dos Estados Unidos estão investindo em estratégias para identificar candidatos com histórico de má conduta sexual durante processos de contratação. Desde 2019, a Universidade de Wisconsin orienta seus recrutadores a questionarem os aspirantes a vagas sobre investigações passadas envolvendo importunação sexual e outros tipos de violação de conduta, exigindo que eles assinem um documento autorizando antigos empregadores a liberarem eventuais informações pessoais sobre esses processos. A própria universidade se compromete a compartilhar com outras instituições dados desse tipo a respeito de ex-funcionários, quando isso é solicitado.

A Universidade da Califórnia em Davis implementou política semelhante na mesma época, seguida das universidades de Illinois e Estadual de Ohio, em Columbus. Em maio deste ano, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), principal agência de apoio à pesquisa biomédica dos Estados Unidos, anunciaram que as instituições que recebem financiamento deverão relatar se um pesquisador principal ou alguém em posição semelhante na equipe for punido por assédio ou intimidação sexual.

Casos de assédio e importunação sexual ainda são frequentes em instituições de ensino e pesquisa norte-americanas. Segundo um estudo feito em 2020 pela Associação das Universidades Americanas (AAU), quase 42% dos estudantes de graduação, pós-graduação, professores e funcionários das universidades dos Estados Unidos se disseram vítimas de algum tipo de assédio, de contato sexual não consensual a perseguição e estupro. “Funcionários e estudantes não devem trabalhar e estudar em ambientes inseguros porque as instituições de ensino não fazem ou respondem perguntas relacionadas a casos fundamentados de má conduta sexual”, disse à revista Nature Susan Fortney, professora da Escola de Direito da Universidade Texas A&M.

Republicar