Um grupo internacional anunciou um resultado promissor contra a Aids. Um regime de vacinação baseado no uso de duas vacinas foi aplicado em 16 mil tailandeses integrantes de grupos de risco para a infecção – metade recebeu vacina e a outra metade placebo. Três anos depois, 51 pessoas do primeiro grupo haviam contraído o vírus, ante 74 no grupo das não imunizadas. O resultado foi interpretado como uma redução de 31% no risco de contaminação dos vacinados, mas é cedo para cantar vitória. Segundo o virologista Paolo Zanotto, da Universidade de São Paulo, é preciso analisar o DNA dos voluntários e dos vírus que os infectaram, para saber se diferenças na composição genética explicam parte dos resultados. Em seguida, modelos matemáticos podem estimar o impacto da vacina na circulação do vírus. A depender dos resultados, esse esquema de vacinação poderia entrar em uso mesmo com eficácia reduzida. “Mas isso não resolve o problema maior, que é a diversidade do HIV”, comenta o virologista. No Brasil, o subtipo E, visado pela vacina, é raro. Além disso, o HIV é especialista em ludibriar o sistema imune. “Combatê-lo em seu próprio terreno é um desafio tremendo.”
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