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Tecnociência

Veneno roubado

Quando atacada, a cobra japonesa Rhabdophis tigrinus arqueia o pescoço e mostra uma região amarela atrásda cabeça. Ali estão glândulas cheias de um veneno que torna a refeição pouco palatável. O grupo liderado por Deborah Hutchinson, da Old Dominion University, Inglaterra, descobriu que o veneno não é produzido pelas cobras, mas tomado emprestado de seu pitéu favorito: os sapos. Na ilha de Kinkazan, onde não há sapos, as glândulas da nuca das cobras não contêm veneno, e por isso elas não têm o costume de enfrentar seus predadores (PNAS). Ao levá-las para o laboratório, os pesquisadores verificaram que ao comer sapos pela primeira vez as cobras de Kinkazan rapidamente enchem suas glândulas. E mais: filhotes de cobras que comem sapos já saem do ovo com veneno em suas glândulas. É o primeiro exemplo de vertebrado terrestre que acumula toxinas alheias em estruturas especializadas.

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