ARQUIVO PESSOALAos 52 anos, o físico Claudio Egalon, com vasta experiência em fibras ópticas, voltou neste ano ao Brasil com a aprovação de um projeto do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da FAPESP. Ele vivia em Los Angeles, nos Estados Unidos, tinha uma empresa, a Science & Sensors, na qual desde 2008 desenvolvia para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) um sensor de fibra óptica para medir a concentração de nutrientes em soluções líquidas para o cultivo de plantas usando hidroponia. “Durante esse projeto consegui desenvolver também um colorímetro na forma de um kit educacional. O dispositivo mede nutrientes no cultivo de plantas em hidroponia”, conta. Agora, no projeto Pipe ele desenvolve um sensor para medir, até em nanômetros, o nível do líquido nesse tipo de plantio. “Quero saber o quanto a planta consome de água. Essa informação ajuda a diagnosticar as condições de saúde das plantas.” Em todos esses sensores, Egalon utiliza fibras ópticas com iluminação lateral, na qual a luz ilumina a superfície cilíndrica do dispositivo. Ao usar vários LEDs ao longo da fibra, essa técnica cria pontos sensores com apenas um detector.
Egalon é formado em física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez mestrado e doutorado no College of William & Mary, e um segundo doutorado na Universidade Old Dominion, ambos nos Estados Unidos. Depois ele se tornou pesquisador no Centro de Pesquisas da Nasa Langley, onde ficou por 10 anos trabalhando com sensores de fibras ópticas. Entre 1993 e 1994, foi o primeiro brasileiro a fazer experimentos de microgravidade a bordo do avião da Nasa KC-135, usado no treinamento de astronautas. No voo, por meio de manobras parabólicas, é criada a condição de falta de peso quando os passageiros flutuam dentro da aeronave.“Fiz esse voo seis vezes”, diz.
Depois de sair da Nasa, ele deu aulas na Universidade de Porto Rico e ainda trabalhou no laboratório da Força Aérea Americana, Philips Research Site, no Novo México. Em 1998, Egalon foi para a Intelligent Optical Systems (IOS), perto de Los Angeles, uma pequena empresa de sensores. Voltou ao Brasil em 2002 com a aprovação de seu primeiro projeto Pipe para desenvolver um sensor de fibra que identificasse íons de cloro em concreto armado, mas não conseguiu seguir para a segunda fase. “Voltei para os Estados Unidos e dei aulas em colégios enquanto tentava financiamento para os meus projetos”, diz. Em 2006, ele conseguiu financiamento da National Science Foundation (NSF) para desenvolver um sensor de fibra óptica para umidade relativa com aplicações em estruturas inteligentes como pontes e naves espaciais. Depois, conseguiu dois projetos do USDA até 2011. Ao longo dos anos Egalon acumulou 26 patentes. “Agora estou em São José dos Campos desenvolvendo uma empresa de pesquisa e consultoria.”
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