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Biodiversidade

Vespas de Darwin nas montanhas do Rio

Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro

Carlos Perez Couto / Wikimedia Commons

Pensava-se que apenas em climas amenos poderiam viver as vespas de Darwin, assim chamadas em reconhecimento ao naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), que, em uma carta a um amigo botânico, expressou sua indignação ao ver que “um Deus benevolente e onipotente”, no qual ainda acreditava, pudesse ter criado insetos parasitas cujas larvas se alimentavam do corpo de lagartas vivas. No entanto, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) capturaram 1.560 vespas em altitudes de 110 metros (m) a 2.169 m em apenas uma área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, e identificaram 24 espécies da subfamília Pimplinae ainda não descritas. Na serra do Rio, a diversidade de espécies era maior em altitudes mais baixas e caía à medida que a altitude aumentava. Em 2020, biólogos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) já haviam encontrado 91 espécies de Pimplinae na Reserva Biológica da Serra do Japi, em Jundiaí, interior paulista. Em 2017, uma expedição à Amazônia peruana revelou outras 105. Estima-se que cerca de 60 mil espécies integrem a família Ichneumonidae, das quais foram descritas 24 mil (Insects, novembro de 2023; Brazilian Journal of Biology, abril de 2020; Insect Conservation and Diversity, dezembro de 2017).

FLINTE, V. et al. INSECTS. 2023Vespas fêmeas coletadas na serra dos Órgãos: da esquerda para a direita, Pimpla caerulea, Neotheronia sp. e Dolichomitus megalourusFLINTE, V. et al. INSECTS. 2023

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