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Brasil

Vítima do ozônio

A árvore-símbolo do país, o pau-brasil (ao lado), também sofre com o ozônio, gás formado por três átomos de oxigênio cuja concentração nas regiões da atmosfera mais próximas à superfície pode produzir irritação nos olhos e no nariz, náusea, tosse ou danos aos pulmões. Regina Maria de Moraes, do Instituto de Botânica, deixou por um mês dez plantas jovens de Caesalpinia echinata em câmaras de um laboratório em Valência, na Espanha, simulando concentrações de ozônio próximas às encontradas durante a primavera na cidade de São Paulo (a concentração média nessa época do ano é de 50 microgramas por metro cúbico). A taxa de assimilação de carbono caiu para 50%, a atividade dos estômatos (células responsáveis pelas trocas de gás carbônico e água com a atmosfera) caiu para 42% e a transpiração para 40%, em comparação com as plantas que só receberam ar ambiente, sem a dose extra de ozônio. Os resultados, publicados na Ecotoxicology and Environmental Safety, explicam a dificuldade de adaptação dessa espécie às cidades. “Os efeitos da poluição de São Paulo afetam o pau-brasil de tal maneira”, comenta Regina, “que sua utilização na arborização da cidade não é recomendada”.

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