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Borboletas

Voos nas alturas

MARIANNE ELIASNapeogenes sylphisMARIANNE ELIAS

Quem passeia por florestas andinas facilmente vê voejarem asas transparentes com manchas vermelhas e desenhos pretos. São as borboletas da subfamília dos itomiíneos, que com a coloração típica anunciam sua toxicidade a potenciais predadores. Em busca de entender a origem e história da diversificação dessas borboletas comuns no Brasil, a francesa Marianne Elias, do Imperial College de Londres, reavaliou a classificação desses belos insetos voadores. Publicado em abril na Molecular Ecology, o trabalho contou com a colaboração de André Freitas e Karina Silva-Brandão, da Unicamp. Os resultados mostram que as borboletas dos gêneros Ithomia e Napeogenes surgiram nos Andes e começaram a se diversificar há cerca de 15 milhões de anos, quando a cordilheira já tinha passado dos mil metros (entre 30% e 50% da elevação atual). À medida que as montanhas se ergueram, surgiram novos ambientes e populações de borboletas ficaram isoladas umas das outras: um cenário propício para a diversificação. E não ficaram por ali. Nos últimos 7 milhões de anos as borboletas transparentes chegaram à Mata Atlântica. Hoje mais de 360 espécies delas povoam boa parte dos trópicos sul-americanos.

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