Artigos, equipamentos e manuscritos de pesquisas, entre outros materiais pessoais do professor e geneticista Bernardo Beiguelman, estarão em breve disponíveis ao público no Centro de Memória e Arquivo da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp). No dia 15 de maio, será realizado no Salão Nobre da FCM um colóquio sobre o legado do geneticista, com palestras que abordarão aspectos de sua trajetória e a importância de seu acervo pessoal para a preservação da memória científica do país.
Morto em 2010, aos 78 anos, Beiguelman era um “arquivista amador”, como destaca Giselle Beiguelman, historiadora, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e filha do geneticista. “Ele reuniu e organizou documentos relacionados a suas atividades de ensino, produção científica, funções administrativas e relações institucionais e pessoais.”
Beiguelman foi um dos pioneiros na pesquisa e no ensino da genética médica no Brasil e na América Latina, e também um dos primeiros professores da Unicamp, sendo responsável, em 1963, pela fundação do Departamento de Genética Médica da FCM, o primeiro da América Latina. Ali, foi professor e pesquisador até 1997, quando se aposentou. Ao longo de sua carreira, reuniu e organizou um acervo que inclui cerca de 750 livros sobre genética médica, literatura brasileira e estrangeira, cultura judaica e enciclopédias culturais, além de documentos pessoais e administrativos, produzidos e arquivados por ele durantes os anos.
De acordo com Rafaela Basso, historiadora responsável pela organização do acervo de Beiguelman, o material produzido e acumulado pelo geneticista representa um conjunto diversificado de informações importante para a memória institucional da FCM-Unicamp. “O acervo compõe um conjunto representativo que remete às diferentes atividades administrativas, de ensino e de pesquisa desempenhadas por Beiguelman enquanto professor do Departamento de Genética Médica da FCM”, explica. “Seus escritos científicos, as conferências de que participou, os relatórios de projetos e pareceres que escreveu são importantes porque nos ajudam a entender como se deu a evolução da disciplina de genética médica na universidade.”
O acervo reúne ainda álbuns de fotografia, slides usados em aulas, lâminas de microscopia, relatórios e trabalhos apresentados em congressos, teses e correspondências, “de modo que o percurso das investigações desenvolvidas ao longo de sua produção científica pode ser acompanhado por meio dos rascunhos, esboços e anotações”, diz Giselle. Os documentos de Beiguelman começaram a ser digitalizados em 2010 e agora serão disponibilizados no Centro de Memória e Arquivo da FCM-Unicamp. O objetivo, segundo Rafaela, é tornar disponível ao público mais uma fonte para a pesquisa histórica e científica.
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