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Arqueologia

As hortas primitivas da Amazônia

Umberto Lombardo / Universidade de Berna

Vestígios do cultivo de mandioca e de abóbora datados, respectivamente, de 10.350 e 10.250 anos atrás levaram um time internacional de pesquisadores, entre eles, Lautaro Hilbert, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP), a identificar cerca de 4,7 mil florestas artificiais espalhadas pela região de Llanos de Moxos, na Bolívia (foto). Os dados arqueológicos indicam que há 10.850 anos os indígenas que habitavam o sudoeste da Amazônia começaram a transformar a paisagem da região para cultivar alimentos. Eles criaram áreas com, em média, 0,5 hectare destinadas à agricultura (Nature, 8 de abril). Essas ilhas florestais criadas pelo ser humano eram inundadas de tempos em tempos pelos rios próximos. “Nossos resultados mostram que os primeiros habitantes dessas regiões praticavam uma economia mista e não eram apenas caçadores e coletores como se pensava”, diz Hilbert. De acordo com o estudo, o sudoeste da Amazônia pode ser considerado o quinto centro de domesticação de plantas mais antigo do mundo, ao lado do Oriente Próximo, da China, do sudoeste do México e do noroeste da América do Sul.

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