O registro fóssil de sedimentos oceânicos sugere que os tubarões atuais descendem dos poucos sobreviventes de uma extinção em massa que teria dizimado quase todas as espécies desse peixe que viviam nos oceanos do início do Período Mioceno, há 19 milhões de anos. As pesquisadoras Elizabeth Sibert, da Universidade Harvard, e Leah Rubin, do College of the Atlantic, ambas nos Estados Unidos, analisaram colunas de sedimentos extraídas em 2015 em dois pontos distantes do fundo do oceano Pacífico. Elas determinaram como a abundância e a variedade de formas dos chamados dentículos dermais, pequenas escamas que cobrem o corpo de todas as espécies de tubarão, mudaram ao longo de milhões de anos (Science, 4 de junho). O trabalho mostrou que a variedade de dentículos entre as espécies de tubarões atuais é uma fração pequena da variedade encontrada nos oceanos durante o Mioceno. Um evento de extinção em massa, com causa ainda desconhecida, teria reduzido em mais de 90% o tamanho das populações de tubarões e eliminado cerca de 70% das espécies então existentes desses peixes.
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