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Brasil

A samambaia que resiste à seca

Durante dois anos, o botânico Tiago Breier, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba, interior paulista, percorreu as matas do estado de São Paulo – tanto as próximas do litoral, mais úmidas, quanto as do interior, mais secas. Seu olhar detinha-se nas epífitas, como são chamadas as plantas que crescem sobre outras, a exemplo das bromélias, orquídeas e samambaias. Como ele  verificou, uma área de restinga da Ilha do Cardoso, extremo sul do estado, abriga o maior número de espécies de epífitas: 178, dez vezes mais que no Cerradão do sudoeste paulista. E somente uma espécie conseguiu se adaptar às intensas variações de umidade e luminosidade: uma samambaia de folhas cilíndricas chamada Pleopeltis angusta. Quando falta água, ela desidrata, enruga e entra em estado vegetativo, semelhante, nos animais, à estivação, o equivalente dos trópicos à hibernação. Assim que a chuva regressa, a Pleopeltis acorda, reidrata e retoma a vida normal.

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