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carta da editora | 315

Agência em sentido lato

Neste 23 de maio a FAPESP comemora 60 anos. Prevista na Constituição estadual paulista de 1947, criada em outubro de 1960, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo começou a funcionar um ano e meio mais tarde, com a publicação do decreto de regulamentação legal. Pioneira, é a maior agência estadual de fomento a atividades de formação e pesquisa em ciência no Brasil, uma instituição de referência nacional e internacional.

A sua atuação se desdobra em várias atividades afins, sendo uma delas a difusão de conhecimento para a sociedade. Cumprindo o seu estatuto, que determina a promoção ou subvenção da publicação dos resultados das pesquisas, a FAPESP criou, por exemplo, a Biblioteca Virtual, que publica o resumo de todos os projetos financiados pela FAPESP em sua história (mais de 320 mil). A Agência FAPESP é um serviço de notícias sobre as atividades da Fundação, de divulgação de resultados de pesquisas por ela financiadas e agenda de eventos. A percepção da importância da comunicação levou ainda à criação desta Pesquisa FAPESP, nos anos 1990.

O objetivo desta revista é ampliar o acesso aos resultados de pesquisas científicas no Brasil, ao mesmo tempo tratar de processos, instituições e pessoas envolvidos nesse fazer científico. A compreensão de que prestar contas é necessário, mas insuficiente para uma agência de desenvolvimento em ciência e tecnologia, explica o empenho da FAPESP em viabilizar uma publicação jornalística que zela pela precisão sem perder de vista a perspectiva dos leitores. A redação procura, mensalmente, fazer jus a essa confiança, produzindo conteúdo de qualidade e de interesse para o público que a prestigia.

Como resultado de seu impacto e reconhecimento, várias iniciativas da Fundação servem de inspiração a outras agências. Exemplos são apresentados em uma das reportagens relacionadas ao seu sexagésimo aniversário. A internacionalização da ciência brasileira, um objetivo que a agência persegue ativamente nos últimos anos, é apresentada em reportagem sobre a presença de pesquisadores estrangeiros que vieram ao Brasil para a realização de estágios de pós-doutoramento. Por último, um guia dos eventos e das publicações resultantes dessa comemoração, que se estende até o final deste ano.

A preocupação em cobrir não apenas resultados, descobertas, mas também temas relacionados ao universo das instituições e da política científica e tecnológica brasileira está oficialmente presente em Pesquisa FAPESP desde 1999. Naquele ano a revista foi organizada em quatro editorias, ou subdivisões temáticas, sendo uma delas a de Política C&T. Fabrício Marques, à frente desse caderno há 14 anos, produziu a reportagem de capa desta edição, sobre os rumos do sistema de pós-graduação no Brasil.

Após crescer solidamente por mais de 20 anos, caiu o ritmo de formação de doutores no Brasil. A pandemia é em parte responsável por essa queda, mas não a única. Registra-se também uma diminuição na demanda por cursos de pós-graduação. Hoje, são 4,6 mil programas de mestrado e doutorado, responsáveis pela maior parte da pesquisa feita no país, e que formam milhares de pessoas. Questionamentos sobre a necessidade de manter o crescimento do número de mestres e doutores titulados anualmente, a preocupação com qualidade, a integração dos programas e novos formatos de cursos de pós-graduação são alguns pontos em discussão.

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