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Alagamentos

São Paulo, a cidade dos rios invisíveis

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Quando tempestades caem sobre a cidade de São Paulo, rios e córregos voltam a ser vistos e lembrados, pois empurram para as ruas o excesso de água que não conseguem mais transportar. Neste vídeo produzido pela equipe de Pesquisa FAPESP especialistas explicam por que a maioria dos cursos d’água da metrópole foram enterrados e comprimidos em túneis de concreto sob ruas e avenidas, e as consequências dessa falta de planejamento.

“Como as pessoas não conseguiram fazer especulação imobiliária em cima dos córregos, ofereceram para as ruas serem os córregos. O resto virou habitação”, explica Rodolfo Costa e Silva, que é o coordenador do programa de despoluição do Rio Tietê e de requalificação das marginais dos rios Tietê e Pinheiros.

A transformação dos rios paulistas foi intensa e rápida. No início do século XX, os paulistanos se divertiam aos domingos nadando, pescando ou passeando de barco no rio Tietê. A alegria acabou à medida que aumentava a descarga de resíduos das casas e das empresas no rio que na década de 1950 já era, como hoje, um esgoto a céu aberto. “O crescimento populacional, econômico e o mercado de terras fez a cidade caminhar em direção aos rios”, diz o historiador Janes Jorge, que é professor da Unifesp.

A referência aos rios e córregos estão por toda parte até nos nomes de bairros: Água Funda, Água Rasa, Vila Nova Cachoerinha, Rio Pequeno. “Se você abrir um guia de ruas de São Paulo, você vai ver um monte de referência a água que que está naquele lugar, ou que esteve visível naquele local”, conta Luiz Campos Júnior, co-criador da iniciativa Rios e Ruas. “A gente construiu num lugar inadequado.”

Leia mais na reportagem Entre paredes de concreto.

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