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Brasil

Distantes, porém semelhantes

Passaram-se 500 anos, os hábitos são outros, mas do ponto de vista do cromossomo Y, transmitido pela linhagem paterna,  não há diferenças essenciais entre os homens brancos do Brasil e os de Portugal, de acordo com um estudo publicado na Genetica. Coordenado por Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), esse trabalho mostrou que são também bastante semelhantes, geneticamente, os brasileiros das regiões Norte, Sul, Sudeste e Nordeste. A equipe de Minas, em colaboração com Jorge Rocha, da Universidade do Porto, examinou trechos específicos do DNA, os polimorfismos de evolução rápida, de 200 brasileiros autoclassificados como brancos e 93 portugueses: os polimorfismos apresentaram 95% de coincidência. Esse resultado indica que os imigrantes não portugueses, como os italianos, espanhóis e alemães, que chegaram após o século 19, não mudaram de modo expressivo a estrutura genética da população. Ou então esses trechos do cromossomo Y dos imigrantes portugueses e dos não portugueses já eram bastante semelhantes – a população de Portugal é uma mistura de outros povos, como celtas, árabes, romanos, vândalos, visigodos e ciganos. O Sul do Brasil, com italianos, alemães e povos do Leste Europeu, mostrou uma diversidade genética maior que a de Portugal. Segundo Pena, no Brasil inteiro a diversidade genética do cromossomo Y se tornou mais evidente com os marcadores de evolução rápida do que com os de evolução lenta usados em estudos anteriores, mas não a ponto de alterar a conclusão de que as semelhanças ainda são bastante altas.

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