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Caça ilegal

DNA ajuda a rastrear traficantes de marfim

Marfins apreendidos na Malásia em 2012

Departamento de Parques Nacionais da Malásia

Estudos genéticos da equipe de Samuel Wasser, biólogo da Universidade de Washington em Seattle, Estados Unidos, estão auxiliando a polícia do governo norte-americano e de países africanos no combate ao tráfico internacional de marfim. A captura e venda ilegais das presas dos elefantes movimenta uma indústria bilionária e leva à morte mais de 40 mil animais todos os anos. Wasser e seus colegas desenvolveram técnicas para analisar o DNA do marfim apreendido e comparar com o de animais mortos e, assim, tentam mapear as rotas de tráfico. A equipe apresentou uma análise do DNA das presas recuperadas em 38 apreensões ocorridas entre 2006 e 2015, incluindo amostras de ossos de 10 elefantes mortos por caçadores atirando de helicópteros, na República Democrática do Congo. O cruzamento de informações genéticas das presas com as dos ossos, combinado com informações dos portos em que os carregamentos seriam exportados, sugere a existência de três grandes cartéis de traficantes operando no continente africano. Eles teriam agido em conjunto de 2011 a 2014. Os pesquisadores descobriram que os traficantes costumam contrabandear para fora da África presas de um mesmo elefante em carregamentos separados. A tática de embaralhar as presas compradas dos caçadores despista a polícia, além de reduzir o tamanho dos carregamentos, o que diminuiria o tempo de condenação no caso de o crime ser descoberto. A nova técnica deve permitir conectar um traficante preso a vários flagrantes de caça e tráfico, aumentando a pena do criminoso.

Karl Ammann Elefantes africanos examinam ossoKarl Ammann

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