Os autores Lizete Shizue Bomura Maciel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e Alexandre Shigunov Neto, da Universidade Federal de Santa Catarina, por meio de um recorte histórico, realizaram o estudo, de caráter bibliográfico – “A educação brasileira no período pombalino: uma análise histórica das reformas pombalinas do ensino’ -, a partir do qual analisam o ensino brasileiro ao focalizar em especial a proposta de reforma educacional realizada por Marquês de Pombal. Nessa análise apontam para as conseqüências da proposta pombalina para a educação brasileira e portuguesa, em cujo contexto social estavam presentes idéias absolutistas, de um lado, e idéias iluministas inspiradoras de Pombal, de outro. Os estudos estão centrados na fase governativa de Pombal, isto é, como ministro da Fazenda do rei dom José I e, como tal, buscou empreender reformas em todas as áreas da sociedade portuguesa, inclusive atingindo o Brasil como colônia, visando dar-lhe uma unidade. A análise crítica converge para a afirmação de que a reforma pombalina foi desastrosa para a educação brasileira e, em certa medida, também para o sistema educacional português. Tal afirmação está fundamentada na seguinte questão: a destruição de uma organização educacional já consolidada e com resultados seculares da Companhia de Jesus, ainda que contestáveis do ponto de vista social, histórico, científico, sem que ocorresse a implementação de uma nova proposta educacional que conseguisse dar conta das necessidades sociais. Portanto, a crítica que se pode formular, que vale para o atual momento brasileiro, está relacionada às freqüentes descontinuidades das políticas educacionais. No entanto, torna-se necessário enfatizar, de acordo com os autores, que a substituição da metodologia eclesiástica dos jesuítas pelo pensamento pedagógico da escola pública e laica marca o surgimento, na sociedade, do espírito moderno.
Educação e Pesquisa – vol. 32 – nº 3 – São Paulo – set./dez. 2006
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