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Saúde pública

FAPESP faz campanha em apoio à vacinação

Fundação divulga depoimentos em vídeo para esclarecer a importância da imunização contra a Covid-19

Ester Sabino, Mayana Zatz, Paulo Artaxo, Luiz Davidovich, Odir Dellagostin, Sergio Adorno, Marco Antonio Zago, Vanderlan Bolzani e Vitor Engrácia foram alguns dos cientistas que integraram a iniciativa

Reprodução

Em 18 de janeiro, um dia após ser aprovado o uso emergencial no Brasil de duas vacinas contra a Covid-19 – a CoronaVac e a Covishield –, a FAPESP iniciou via redes sociais a campanha #vacinasim, destinada a reforçar a confiança da população na segurança e eficácia dos imunizantes. Em uma série de vídeos curtos veiculados diariamente nos canais da Fundação no Twitter, Instagram e Facebook, pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, formadores de opinião e divulgadores de ciência explicam a importância das vacinas e contam por que planejam receber o imunizante. Alguns dos depoimentos também foram ao ar pela TV Cultura e pelo canal de TV a cabo Futura.

“Pouco mais de 14 meses depois do início da pandemia de coronavírus, a ciência produziu o único antídoto que pode erradicar o Sars-CoV-2: a vacina”, manifestou-se o Conselho Superior da Fundação na nota anunciando o início da campanha. “Felizmente, desde 17 de janeiro, os brasileiros já podem ter acesso a duas vacinas, e espera-se que esse leque possa se ampliar futuramente. No entanto, para que produzam seus efeitos de proteção individual e coletivo, as vacinas precisam ser aplicadas rapidamente a grande parcela da população.”

“As vacinas contra a Covid-19 que estão chegando são seguras. Eu me vacino todos os anos contra a influenza e estou aguardando com muito otimismo meu lugar na fila”, afirmou o médico hematologista Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, autor do primeiro depoimento veiculado. “A imunização permitiu controlar uma grande quantidade de doenças infecciosas que, no passado, matavam ou produziam danos permanentes. A vacinação de todos é a única maneira de vencermos essa pandemia”, concluiu.

Com duração inicial prevista de duas semanas, a campanha deve reunir cerca de 50 personalidades de prestígio nacional dentro da academia e também fora das universidades e dos centros de pesquisa, como a geneticista Mayana Zatz, a médica Ester Sabino e a arquiteta Raquel Rolnik, todas da USP. Motivadas pela iniciativa da FAPESP, outras fundações estaduais de apoio à pesquisa, como a Fapeg, de Goiás, e a Fapemig, de Minas, lançaram campanhas próprias.

“Sabendo como funcionam, confio nas vacinas e vou me vacinar”, afirmou em seu depoimento o biólogo molecular Odir Dellagostin, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), que há 20 anos trabalha no desenvolvimento de imunizantes. “Estou ansioso para me vacinar, até porque sei que vacina impede a morte para mim e para os outros”, declarou o físico Luiz Davidovich, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Nas últimas cinco décadas, o Brasil construiu um programa de imunização gratuito e robusto, capaz de alcançar toda a população. Talvez por essa razão o brasileiro esteja habituado a se vacinar e seja relativamente baixa a oposição ao uso desses compostos no país. Levantamento realizado em dezembro pelo instituto de pesquisas DataFolha indicou que 73% dos brasileiros planejavam tomar o imunizante contra a Covid-19, ante 22% que não pretendiam se vacinar. “Uma parte substancial desses 22% pode ser convencida de que vale a pena se imunizar contra o coronavírus e temos de trabalhar para isso”, afirma o neurocientista Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Quanto mais pessoas se vacinarem, maior será a proteção proporcionada pelos imunizantes à população.”

Como lembrou em seu depoimento ao #vacinasim a bioquímica Bernadette Franco, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, “o ato de vacinar-se é uma manifestação de cidadania, uma prova de respeito ao próximo e de um imenso amor por si próprio”.

A edição 300 da revista Pesquisa FAPESP traz uma versão resumida desta nota.

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