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Boas práticas

Geografia das retratações

Estudo mapeia a distribuição regional de artigos invalidados de autores de instituições da China

Um estudo publicado na revista PLOS ONE analisou as características de 14.445 artigos científicos assinados por pesquisadores chineses entre 2012 e 2023 que sofreram retratação, ou seja, que foram considerados inválidos após a publicação por conterem erros ou indícios de má conduta, como plágio e manipulação de dados. Um dos achados do levantamento, de autoria de pesquisadores da Universidade Médica de Ningxia, província no centro do país, é de que algumas áreas se destacam por concentrar pesquisadores com artigos retratados, como as províncias de Shandong, Jiangsu, Henan e Anhui – além da cidade de Xangai, a maior do país, com quase 25 milhões de habitantes.

Essas localidades ficam no leste do país, onde estão 51% das instituições de pesquisa chinesas – os outros 49% se distribuem pelas regiões central, oeste e nordeste. De acordo com o estudo, a concentração de instituições atrai talentos científicos e acirra a disputa por financiamento à pesquisa. “A intensa competição e a alta pressão associadas à pesquisa científica podem levar a fenômenos indesejáveis”, escreveram os autores.

O estudo constatou que o número de artigos retratados na China permaneceu relativamente estável de 2012 a 2018, na casa dos 250 a 320 por ano. A partir de 2019, houve um aumento acentuado, com um pico de 5.668 artigos retratados em 2023. O avanço de retratações em instituições do leste começou a ser observado a partir de 2020 – antes disso, a distribuição era semelhante para as 31 províncias chinesas. Os motivos das retratações sofreram alguma variação ao longo do tempo. Entre 2012 e 2014, as justificativas principais foram plágio, dados falsos e publicação duplicada de resultados. Mais recentemente, entre 2021 e 2023, foram dados falsos, manipulação no processo de revisão por pares e publicação duplicada.

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