Pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, desenvolveram um neurônio artificial feito de material compatível com tecidos biológicos e o conectaram a um organismo vivo. O neurônio artificial é composto por transistores impressos em polímeros orgânicos. Nele, a troca de partículas eletricamente carregadas (íons) de uma solução cria as condições necessárias para a passagem de um impulso elétrico, como em um neurônio biológico. Para demonstrar que o neurônio artificial funcionava, o grupo do pesquisador italiano Simone Fabiano, especialista em nanoeletrônica orgânica, conectou-o a uma planta carnívora Dioneia muscipula, conhecida como papa-moscas. Impulsos elétricos gerados pelo neurônio artificial fizeram as folhas da papa-moscas fecharem, mesmo sem a presença de um inseto (Nature Communications, 22 de fevereiro). “Escolhemos a papa-moscas para mostrar como podemos usar o sistema orgânico artificial para controlar o sistema biológico e fazer com que eles se comuniquem na mesma linguagem”, afirmou Fabiano em um comunicado à imprensa. Imagina-se que, no futuro, próteses e alguns tipos de robô exigirão integração com sistemas biológicos.
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Neurônio artificial controla planta carnívora

As folhas da
papa-moscas
antes (à esq.)
e depois da ativação
do neurônio
artificial
Harikesh, P.C. et al.. Nature Communications. 2022