Os três maiores glaciares da Groenlândia – Jakobshavn Isbræ, Kangerlussuaq e Helheim – perderam quase 2,9 trilhões de toneladas de gelo de 1880 a 2012. Shfaqat Abbas Khan, da Universidade Técnica da Dinamarca, e colaboradores dos Estados Unidos e do Reino Unido chegaram a esses números após analisar fotos históricas das geleiras e reconstituir o processo de derretimento em anos anteriores ao surgimento dos satélites de observação da Terra, na década de 1970 (Nature Communications, 17 de novembro). Esse volume de gelo contribuiu para uma elevação de 8,1 milímetros (mm) do nível global dos oceanos ao longo do século XX, quando a temperatura no planeta subiu cerca de 1 grau Celsius (oC). O pior dos cenários propostos pelo mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, estima que o degelo da Groenlândia ao longo do século XXI possa contribuir com um aumento de 9,1 mm a 14,9 mm no nível dos oceanos, caso nada seja feito para diminuir as emissões de gás carbônico na atmosfera e a temperatura global suba 3,7 oC até 2100. O novo estudo estima, porém, que a elevação dos mares possa ser muito maior que a do cálculo mais pessimista do IPCC, uma vez que a projeção de aquecimento para este século é quase quatro vezes superior à ocorrida desde 1880.
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