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Policiais no divã

Policiais no divã

Após os ataques de 2006 feitos pela organização criminosa PCC à Polícia Militar do Estado de São Paulo, alguns policiais desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático, enquanto outros permaneceram livres dos sintomas desse distúrbio emocional que causa lembranças intensas da situação de perigo enfrentada, estado de alerta constante e incapacidade de agir. O psicólogo Julio Peres, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenou estudos que comprovaram a eficácia da psicoterapia para tratar esses casos. Usando a ressonância magnética funcional, ele comparou a atividade de áreas cerebrais ligadas à resiliência, capacidade de superar problemas e obstáculos, em 36 policiais separados em três grupos: o dos que tinham feito psicoterapia; o dos que aguardavam para fazer; e o dos chamados resilientes, que não desenvolveram estresse pós-traumático. Após a psicoterapia, as áreas ligadas à resiliência estavam tão ativas nos policiais que receberam tratamento quanto naqueles que não desenvolveram estresse pós-traumático (Journal of Psychiatric Research, junho de 2011). A equipe concluiu que, quanto antes se iniciar o atendimento psicológico especializado, menor o risco de o transtorno se tornar crônico.

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