Em resposta a mudanças ambientais, epidemias ou conflitos étnicos, a redução na população humana na região amazônica pode ter começado de 300 a 600 anos antes do contato com os colonizadores europeus, e não apenas após a chegada deles (Science, 30 de abril).
Coordenada por Mark Bush, do Instituto de Tecnologia da Flórida, Estados Unidos, uma equipe internacional examinou camadas de pólen de 39 lagos amazônicos no Equador, Peru, Bolívia e Brasil para entender como a expansão ou a redução populacional poderia ter influenciado a vegetação da região nos últimos 2 mil anos.
“Reportamos a abundância total de espécies florestais ao longo do tempo em diferentes regiões. Quando a porcentagem de floresta em relação ao período anterior aumenta, a interpretação é de que a floresta estaria crescendo ou em recuperação; se diminui, interpretamos como abertura dessa floresta”, comentou a bióloga brasileira que participou do estudo Majoi Nascimento, pesquisadora em estágio de pós-doutorado na Universidade de Amsterdã, a Pesquisa FAPESP. “Como a proporção de regiões com ganho florestal entre os anos 750 e 950 é grande, concluímos que houve diminuição das populações humanas que antes usavam essas regiões para subsistência.”
A maioria (80%) dos lugares examinados continha sinais de desmatamento, queima da vegetação ou de cultivo agrícola coerentes com a ocupação antes da chegada dos europeus, principalmente entre os anos 350 e 750, enquanto o crescimento da vegetação nativa, indicando decréscimo populacional, predominou entre os anos 750 e 1550.
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