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Arqueologia

A chegada ao noroeste da Amazônia

Julian Ruiz / Wikimedia Commons

Os primeiros grupos humanos se estabeleceram no noroeste da Amazônia há pelo menos 12,6 mil anos, em um período em que o planeta se tornou mais frio e seco, indica a datação de sementes e materiais carbonizados do sítio arqueológico de Serranía de la Lindosa, na região central da Colômbia. Hoje situada nas bordas da floresta amazônica, essa área já foi coberta por uma vegetação de savana. Nos últimos anos, um grupo liderado pelo arqueólogo Gaspar Morcote-Ríos, da Universidade Nacional da Colômbia, realizou escavações em três abrigos rochosos (Cerro Azul, Cerro Montoya e Limoncillos) em La Lindosa e encontrou grande número de objetos líticos, dentes e ossos de animais, além de sementes de várias plantas comestíveis (principalmente palmeiras). Também descobriu paredões rochosos com centenas de pinturas rupestres, que se tornaram conhecidos como “a Capela Sistina dos antigos”. A datação de materiais das camadas mais profundas dos abrigos indicou idades variando de 12,6 mil a 11,8 mil anos (Quaternary International, 20 de março). Morcote-Ríos e colaboradores especulam que os primeiros habitantes de La Lindosa poderiam ter vindo do platô de Bogotá, algumas centenas de quilômetros mais ao norte, na cordilheira dos Andes, onde havia assentamentos humanos há pelo menos 13,6 mil anos. Na Amazônia, as ocupações humanas mais antigas já encontradas (de 13,2 mil anos atrás) estão na caverna da Pedra Pintada, no Pará.

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