Próximo ao polo Sul da Lua, na face do astro que não pode ser vista da Terra, existe uma cratera de dimensões colossais. É a bacia Aitken, que tem quase 2,5 mil quilômetros (km) de diâmetro e 13 km de profundidade. Suspeita-se que ela tenha sido criada pelo impacto de um asteroide entre 4,3 bilhões e 3,9 bilhões de anos atrás, no início da formação do Sistema Solar. A idade da bacia Aitken a torna uma das estruturas mais antigas preservadas na superfície da Lua, e suas dimensões lhe garantem o posto de maior cratera de impacto conhecida. Usando medições topográficas feitas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) e de variações na gravidade obtidas pela sonda Gravity Recovery and Interior Laboratory (Grail), uma equipe norte-americana identificou abaixo da crosta da bacia Aitken um gigantesco caroço de massa mais densa, com 2 quatrilhões de toneladas, que se estende a até 300 quilômetros de profundidade no manto lunar (Geophysical Research Letters, abril). Uma possível explicação para a existência desse caroço é que o metal do asteroide que formou a cratera pode ter ficado aprisionado no manto lunar, em vez de ter afundado em direção ao núcleo, sugeriu o geofísico Peter James, do Baylor College, Estados Unidos, um dos autores do estudo, em um comunicado à imprensa. Outra é uma possível concentração de materiais mais densos no último estágio de solidificação do magma lunar.
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