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História

Princeton revisita passado escravista

James Collins Johnson em 1881, ex-escravo que trabalhou em Princeton

Biblioteca da Universidade Princeton

A Universidade Princeton, uma das mais antigas e prestigiadas dos Estados Unidos, divulgou recentemente os resultados do Princeton and slavery project, que investigou o envolvimento da instituição com a escravidão no país. Alguns documentos indicam que os nove primeiros presidentes (reitores) de Princeton tiveram escravos e que houve uma venda no campus em 1766. Escravos viveram na casa do presidente da universidade até ao menos 1822. O primeiro estudante negro só se formou em Princeton nos anos 1890 e obteve o diploma de mestrado. Segundo o projeto, ainda em andamento, a universidade recebeu doações do lucro obtido com o trabalho escravo. Conduzido por Martha Sandweiss, professora de história na universidade, o Princeton and slavery project localizou ao menos 360 documentos. São fotos, anúncios de vendas de escravos, descrições sobre a comunidade negra da instituição, ilustrações em jornais estudantis e cartas de alunos. Outras 12 universidades norte-americanas, entre elas Harvard, já revelaram seus laços históricos com a escravidão. Segundo reportagem de abril no jornal The New York Times, Princeton anunciou a renomeação de dois espaços no campus em homenagem a escravos que lá viveram ou trabalharam. Um jardim será rebatizado com o nome de Betsey Stockton, que trabalhou na casa dos primeiros presidentes da instituição. O arco sob o qual estudantes passam em cerimônias de formatura levará o nome de James Collins Johnson, escravo fugitivo que trabalhou como zelador e vendedor no campus de 1839 a 1843 até ser denunciado a seus proprietários por um aluno.

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