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Arqueologia

Máscara de cobre de 3 mil anos é achada na Argentina

LETICIA INÉS CORTÉS/MARÍA CRISTINA SCATTOLIN/ANTIQUITY Frente e verso da peça de metal antropomórfica, que sugere a existência de antigo centro de metalurgia nos Andes argentinosLETICIA INÉS CORTÉS/MARÍA CRISTINA SCATTOLIN/ANTIQUITY

Uma máscara retangular de cobre de 3 mil anos, com formato que lembra o de um rosto humano, encontrada em 2015 no noroeste da Argentina, pode levar à revisão da história da metalurgia nas Américas. Achada ao lado de ossos de 14 corpos humanos em uma cova nos arredores do sítio arqueológico de Bordo Marcial, na província de Catamarca, porção sul dos Andes, a peça antropomórfica é o objeto de cobre mais antigo do continente a ser intencionalmente trabalhado por mãos humanas, segundo estudo de arqueólogas do Museu Etnográfico da Universidade de Buenos Aires (Antiquity, junho 2017). A descoberta fornece uma nova perspectiva sobre a emergência da metalurgia nos Andes, região a partir da qual as técnicas de moldar metais com o auxílio do fogo teriam se espalhado pelo resto das Américas. Usualmente, a região do atual Peru, ao norte do grande deserto sul-americano, é apontada como o berço da metalurgia pré-colombiana. A máscara mede 18 por 15 centímetros e sua área de origem é vizinha a reservas de cobre. Esse contexto indica que a metalurgia pode ter se desenvolvido a partir de mais de um centro irradiador nos Andes, de acordo com Leticia Inés Cortés e María Cristina Scattolin, autoras do trabalho. A idade avançada do artefato sugere que ele foi fabricado em um período de transição, quando os antigos caçadores-coletores nômades passaram a viver em aldeias agropastoris, fixando-se em determinados lugares. A peça chamou também a atenção por sua composição química: foi feita totalmente de cobre.

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